sexta-feira, 18 de maio de 2012

Matéria completa da revista Forbes: “Justin Bieber, um investidor de risco – A história de negócios mais surpreendente que você vai ler este ano”




Pelo segundo ano consecutivo, Justin Bieber aparece em terceiro lugar na lista “Top 100 Celebridades” da conceituada revista de finanças, Forbes. Este ano, o cantor ganhou maior destaque por seu trabalho como empresário, e estampa a nova edição da revista com o seguinte título: “Justin Bieber, um investidor de risco – A história de negócios mais surpreendente que você vai ler este ano.”
A matéria foi escrita pelo correspondente do mercado fonográfico da revista, Zack O’Malley Greenburg, e as fotos ficaram por conta do fotógrafo Michael Prince. A matéria completamente traduzida que você lê abaixo está na edição do dia 4 de junho da revista, vendida nos Estados Unidos. Essa traz a história de como Bieber passou de fenômeno adolescente a investidor de risco de empresas como Spotify, Sojo Studios, Stamped, entre outras, além de todo o histórico financeiro que ele se inspira em Michael Jackson. Confira:
Apoiando-se em um quadro de ressonância em um estúdio de gravação de Hollywood, Justin Bieber está prestes a me fazer uma oferta que estimularia imediata histeria entre milhões de garotas americanas: Quero ser a primeira pessoa fora do seu círculo privado a ouvir algumas músicas não finalizadas que ele está considerando para seu próximo álbum, Believe?
“Você tem que ouvir essa, é insana”, jorra o cantor. “Chama-se ‘Die in Your Arms.’” Um instante depois sua canção onipresente surge no volume máximo de alto-falantes de qualidade de estádios, uma música de amor cheia de soul recordatória do começo dos Jackson 5. Depois ele toca “Happier When We’re Together”, uma baladinha na qual ele se preocupa que uma namorada seja infiel enquanto ele está em turnê. Levantando-se enquanto próprio beatboxing une-se suavemente com uma caixa de ritmos no começo de “You’re the One”, ele faz uma variação improvisada do Moonwalk.
Pode-se desculpá-lo pela dança da vitória. Desde seu lançamento há três anos, Bieber já vendeu 15 milhões de álbuns, arrecadando U$150 milhões em 157 shows ao redor de duas dúzias de países durante a passagem. Seu filme-documentário, Never Say Never, conseguiu U$30 milhões na semana de estreia, cerca do recorde para filmes de shows, e arrecadou U$100 milhões nas bilheterias no total. Sua fragrância, Someday, foi lançada em junho do ano passado e arrecadou U$60 milhões em vendas de lojas de conveniências durante seus primeiros seis meses no mercado. Essas rendas obtidas ajudaram Bieber a obter pessoalmente estimados U$55 milhões nos últimos 12 meses e U$108 milhões nos últimos três anos.
“Você tem humanos e alienígenas”, diz o veteranos produtor de hits Timothy “Timbaland” Mosley, um dos produtores em Believe. “Eu acho que ele é metade-humano e metade-alienígena.”
Ainda mais impressionante do que o poder de renda de Bieber: seu vasto alcance de redes sociais, parte do motivo que ele se encontra em terceiro lugar na lista Celebrity 100 deste ano. Bieber ostenta 21 milhões de seguidores no Twitter – mais do que qualquer pessoa na Terra que não se chame Lady Gaga. Seus 43 milhões de fãs no Facebook são mais do que a combinação dos de Mitt Romney e Barack Obama. Com 740 milhões de visualizações, sua balada revelação, “Baby”, é o vídeo mais assistido na história do YouTube; se você considerar três minutos por música, as 2.4 bilhões de impressões de seu canal VEVO são o suficiente para fornecer um minuto de vídeo a cada pessoa no planeta.
A influência e talentos para gerar dinheiro de Bieber são justamente bem estabelecidas. É bem mais surpreendente o que ele está fazendo com esse dinheiro. Ele dá uma dica no turvo octogonal estúdio de gravação, pertencente a Rodney Jerkins, que teve um dedo em vários sucessos do fim da carreira de Michael Jackson e agora está produzindo músicas para Believe. Com o fim de sua dança, Bieber rapidamente acomoda-se em uma cadeira atrás de um teclado. Chegou inspiração: ele começa a “martelar” uma batida nova, tão confortável com o sofisticado equipamento quanto uma estrela pop de uma geração atrás estaria afinando uma guitarra rítmica. “Pode por isso em repetição, o que eu fiz?” ele pergunta ao engenheiro em certo ponto. Bieber, com o tempo, vira-se à mim: “O aspecto tecnológico é apenas divertido para mim.”
A compreensão tecnológica de Bieber inspira mais do que sua música – também é uma estratégia central para como a personalidade de entretenimento pretende transcrever toda a fama e rápido dinheiro em riquezas duradouras. Instintivamente, ele adota um modo de investimento como Peter Lynch – “Não vou investir em algo que eu não goste; Eu tenho que acreditar no produto” – mas ao invés de se encher de títulos de valor compre-o-que-você-conhece, o cantor tem arado discretamente milhões em *startups privadas de tecnologia. De acordo com seu empresário, Bieber tem investimentos em uma dúzia de empresas do tipo. FORBES pôde ratificar quatro: a plataforma de mensagens, Tinychat, o aplicativo Stamped, equipamento para jogos, Sojo Studios, e, mais grave, Spotify, o serviço de música inovador fundado por Daniel Ek e apoiado por todos desde Sean Parker a Li Ka-shing.
Esses acordos não são trocas de equidade confirmadas. Bieber põe dinheiro em cada uma, e algumas das empresas promoveram seus elos ao cantor. Spotify, que ainda trabalha para estabelecer-se nos E.U.A., nem discutiria o investimento de Bieber. Ainda assim, ele está entre os exemplos mais importantes no novo jogo de Hollywood: celebridades compreendidas de tecnologia usando suas famas para assegurar investimentos em queridos da Silicon Valley enquanto capitalistas de investimento de risco salivam do lado de fora.
Bieber já foi muito além no departamento financeiro desde que eu levantei a questão pela primeira vez com ele há pouco mais de um ano. “Eu tenho um empresário de negócios”, ele me contou no Grammy 2011. “Isso basicamente resume a questão.” Hoje, isso mudou: “Eu faço ligações toda semana para meu empresário de negócios e meu advogado”, ele diz. “Cada semana eu aprendo algo sobre meu negócio e o que eu preciso saber para a minha carreira.”
Mesmo assim, a verdade central da declaração do ano passado continua. Bieber ainda é um adolescente atrevido, divertido que, com todo direito, pensa que ele tem o mundo em suas mãos. Seu interesse em tecnologia e tendências determinam essencialmente os acordos ou desacordos – e alguns dos investimentos chegaram através de seus próprios contatos – mas o cara examinando acordos de forma efetiva, sejam investimentos de capital de risco ou extensões de empresas, tem um apelido digno de um empresário de ídolo jovem: Scott Braun, conhecido por todos como Scooter. “Estamos sempre procurando pela próxima sensação”, ele diz. “Se estamos chegando e colocando seu nome em algo, e sua marca e imagem e seu poder nas redes sociais, então vamos tentar e solucionar uma compensação adequada.”
A história de como Braun descobriu Bieber há quatro anos se tornou tão imediatamente lendária que não vale mais a pena tocar nesse ponto. “Você quer que eu te conto como eu comecei, mano?” reclama Bieber, antes de demonstrar piedade. “Eu não quero mesmo.”
Bieber cresceu em Stratford, Ont., uma cidade de 30.000 habitantes à duas horas oeste de Toronto. Sua mãe tinha 18 anos quando deu a luz ao seu único filho, e ela o criou majoritariamente sozinha em casas subsidiadas do Estado. “Tapetes felpudos amarelos”, ele relembra, “e nós tínhamos ratos.”
Ele rapidamente saturou esses tapetes com ondas sonoras, ensinando a ele mesmo como tocar bacteria, trompete, piano e violão. Aos 12 anos, ele conquistou o segundo lugar em uma competição de talento local por sua releitura de “So Sick”, de Ne-Yo. Sua mãe publicou vídeos de sua apresentação no YouTube para amigos que não puderam ir ao show; em pouco tempo ela estava constantemente subindo vídeos de seu filho fazendo covers de músicas soul.
Por volta da mesma época, Braun estava se duplicando como promotor de festas em Atlanta e executivo da indústria fonográfica inexperiente. Quando o cantor Akon o pediu para procurar uma sensação alheia no YouTube, Braun acidentalmente se deparou com um dos vídeos de Bieber – um clique errado nove vezes. Impressionado com o tom e alcance vocal do jovem, Braun rastreou a mãe de Bieber e ofereceu viajá-la de avião junto com seu filho para Atlanta para cantar para ele e o cantor romântico de R&B, Usher.
“Foi simplesmente uma loucura para mim porque eu realmente não acreditava ser possível”, Bieber conta. “Eu vivi em uma cidade tão pequena, e coisas desse tipo realmente não aconteciam.” Antes da Web 2.0, elas provavelmente nunca aconteceram. Ainda assim, lá estava Bieber, surpreendendo Braun e Usher em março de 2008. A dupla rapidamente o contratou para sua comum empresa de risco, Raymond Braun Media Group, e Braun se tornou empresário de Bieber. Já em setembro eles o conseguiram um contrato de gravação com a Island Def Jam, da Universal Music Group. Seu primeiro single chegou ao top 20 depois do seu lançamento em julho de 2009, e seu EP de estreia, My World, o lançou à fama popular naquele outono. Em dezembro, o Presidente Obama o convidou para cantar na Casa Branca, e ele impressionou o público nacional com sua apresentação no Dick Clark’s New Year’s Rockin’ Eve.
Esse fenômeno cultural, nascido das redes sociais, provou uma dose da fama e a atirou na câmara de eco digital. Bieber abriu sua conta no Twitter em junho de 2009 e em setembro já tinha acumulado 1 milhão de seguidores. (Em 2010 um empregado do Twitter disse que 3% na infra-estrutura da empresa era dedicada a lidar com os tweets relacionados a Bieber.) Ele também foi um adotante inicial do Instagram, o serviço de compartilhamento de fotos recentemente comprado pelo Facebook por U$1 bilhão, e gaba-se de 1.5 milhões de seguidores lá, mais do que qualquer outro usuário (sua namorada, cantor/atriz Selena Gomez, encontra-se em terceiro com 1.4 milhões).
“Costumava ser havia um mistério para o artista”, diz Bieber. “Agora é, tipo, sem mistério – os fãs querem à conexão, eles querem te ver Instagramando em uma cafeteria pela manhã.”
Com tamanha habilidade das redes sociais, Bieber construiu a si mesmo uma plataforma formidável. O desafio de Braun, 30 anos: sustentar o fenômeno. De várias maneiras, Bieber e Braun são a combinação talento-empresário mais intrigante desde Elvis e Colonel Tom Parker. Ambos empresário exerceram a influência que se ganha ao descobrir seus atos jovens, e ambos encararam o desafio de levá-los além do instável mercado de garotas jovens histéricas que gritam.
Mas enquanto que Parker aceitou qualquer acordo que ele pudesse e mais de 50% da ação para garantir que seu vale refeição de-um-em-cada-vida se tornasse em um banquete de décadas de duração, Braun é mais criterioso. Seu contrato com Bieber é perto do padrão de 15%; ele acha que sucesso de longa-data requer seletividade, não onipresença, e alinhar todos os contratos com a marca de Bieber. “Eu não o deixo participar de algo a não ser que ele goste disso”, ele conta. Tornar Bieber no capitalista investidor de risco é simplesmente uma manifestação simplificada dessa filosofia.
Braun surgiu pela primeira vez com a ideia para Bieber investir em startups há três anos. Assim como Diddy fechou parceria com a Ciroc e Jay-Z lançou uma linha de tênis da Reebok, fez sentido para Bieber diretamente beneficiar-se de algo que ele poderia promover para seu público principal. Mas adolescentes não podem comprar vodca, e eles geralmente não tem renda suficiente para comprar tênis de U$150. O que eles consumem em aproximadamente quantidade ilimitada, entretanto, é mídia social.
“Eu disse, ‘Esse é um espaço onde você pode alterar os padrões e você pode na verdade ser parte de algo que é mais do que só seu dinheiro trabalhando’”, Braun recorda. “’Você trabalhou duro para chegar a esse ponto, e esses [startups] estão se beneficiando do que você está fazendo. … Você deveria ser parte desse processo.’” Bieber complementa: “Mídia social ajudou a lançar minha carreira. Sem a internet ou o YouTube, eu não teria a chance de divulgar minha música e ter pessoas as escutando.”
O primeiro investimento de Bieber aconteceu em 2009, e apesar de ele não revelar o nome da empresa, ele tem estado em uma lista de capital de risco desde então. Em janeiro passado ele e Braun se juntaram a uma bolada de U$1.5 milhões pelo Tinychat, junto com uma lista top (o fundo de investimento feito pelo ator, Ashton Kutcher, o bilionário, Ron Burkle, e Guy Oseary, empresário de Madonna). Em maio Bieber juntou-se ao Google Ventures e Bain Capital para investir em Stamped, um aplicativo que permite usuários a classificar tudo desde restaurantes a músicas. Spotify foi o gigante, enquanto o fundador, Daniel Ek, recrutava um punhado de cantores para comprar enquanto buscava credibilidade frente ao lançamento da empresa nos Estados Unidos no ano passado. O próximo: Viddy, um aplicativo de compartilhamento de vídeos com uma interface parecida com o Instagram.
“Scooter tem uma equipe que ajuda a achar investimentos”, conta Bieber. “Geralmente, nós trabalhamos juntos. Se eu descobrir algo, trago à ideia para discussão.”
Entre os últimos, Ellen DeGeneres apresentou a Bieber a empresa de jogos sociais, Sojo Studios, e ele juntou-se a ela como investidor em pouco tempo. Um de seus produtos favoritos: um jogo estilo Farm-Ville para Facebook chamado WeTopia, onde jogadores coletam pontos virtuais que podem ser redimidos como doações para instituições de caridade de verdade. Nem Bieber nem seu empresário revelam quaisquer outras startups que ele apóia, mas Braun diz que todas ainda estão funcionando.
Em um acordo típico de Bieber, ele leva cerca de U$250.000 do determinado favorável preço ordinariamente reservado para “dinheiro inteligente” – o tipo de parceiros estratégicos que ajudam a empresa por muito tempo.Braun não revela o tamanho do portfólio de Bieber, mas diz que é por volta de 2% e 5% do patrimônio líquido do cantor. FORBES coloca a fortuna de Bieber por volta de U$80 milhões, o que significa que algo por volta de U$3 milhões são para investimentos de risco.
Com certeza haverá despojo a ser colocado em trabalho. Nesse outono, Bieber embarca em uma turnê de um ano de duração, indo a todos os continentes, menos a Antártica; a promotora AEG Live garantiu a ele U$80 milhões por 125 shows. Qualquer um que vê Bieber como uma modinha devia ter ciência desse acordo. “Ele não é apenas um fenômeno doméstico americano, ele é um fenômeno de escala global”, diz Randy Phillips, chefe da AEG.
Na turnê, Bieber irá exibir o frete mais maduro de Believe – um passo crucial enquanto ele tenta fazer a transição de ídolo jovem para ícone adulto. “Não é muito uma transição, trata-se apenas de abrir portas”, ele insiste. “Eu estou tentando fazer músicas que são um pouco mais maduras e que podem ter apelo a todas as idades, eu não estou tentando perder meus fãs mais novos.”
Alguns comparam esse esquema com o de aquele outro Justin – Timberlake, um cruzamento de antiga estrela de boy-band com tendência a investidor de risco. Semelhantemente, Bieber está levando atuação mais a sério, planejando co-estrelar com Mark Wahlberg em um filme de basquete no próximo ano. Mas Bieber sustenta que só há um modelo: Michael Jackson, que converteu o estrelato infantil a status de ícone. Inspirado pela dádiva do Rei do Pop, ele diz que inclui um componente beneficente em cada acordo. “As pessoas estavam bem comprando 20 álbuns de Michael Jackon porque ele ia e fazia coisas boas.”
Não é uma coincidência que Bieber partiu com Phillips, da AEG, um parceiro de longa-data de Jackson, para promover sua turnê. Mesma coisa quando se trata da escolha de Jerkins como um produtor do álbum. No primeiro dia que Bieber foi ao estúdio, Jerkins mostrou a ele vídeos inéditos de Jackson na cabine de gravação; Bieber assistiu duas vezes. “Tem algo sobre Justin, ele tem esse efeito que me lembra Michael”, diz Jerkins. “Não é apenas as músicas, é tudo – seu espírito, sua personalidade.”
E por que não? Jackson foi a estrela definidora de gênero da sua revelação de mídia da sua geração, MTV. Bieber tem uma declaração legítima sobre a coroa de mídia social (Referindo-se a Lady Gaga, Bieber é indiferente: “Ela não tinha fãs online antes de ter fãs populares”). E assim como o investimento de falência bancária de Jackson foi a coisa que ele entendeu melhor – o catálogo dos Beatles – quem sabe um dia Bieber irá viver bem não de suas músicas que canta, mas dos patrimônios que eles deixaram-no comprar.


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